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Loteamento destrói área gigantesca de preservação em sítio arqueológico

Texto e entrevista de Raquel Wandelli
As comunidades da Costa de Dentro, Açores e Pântano do Sul, em Florianópolis, realizara uma manifestação contra a destruição de uma importante área de restinga e lençol freático à beira-mar que é também um sítio arqueológico. Moradores e ambientalistas querem fazer valer a suspenção da licença para construção de empreendimento no local e punir a empresa com a reparação dos graves danos ambientais.
Com 202 lotes numa área de preservação de quase cem mil metros quadrados, o Loteamento Santa Clara retomou as obras embargadas em 2018 pelo alto impacto ambiental e liberadas em 2020, sob a égide do ministro Ricardo Salles. É o “passa a boiada” na Ilha de Santa Catarina, afirma o presidente do Conselho Comunitário da Costa de Dentro e membro do Conselho Municipal de Saneamento Básico, Eugênio Gonçalves.
Os moradores foram surpreendidos no dia 14 com a violenta devastação da vegetação, causando sofrimento e morte de pássaros e de animais silvestres. À força de um pelotão de seguranças tratores, pedras e concreto, rapidamente os peões arrasaram a vegetação. Sem os procedimentos de preservação e manejo de espécies exigidos pela legislação, provocaram a morte de aves como gralhas, tucanos e papagaios. E ainda aterraram a nascente do Aquífero do Pântano do Sul, comprometendo o lençol freático do antigo sistema artesanal que abastece 199 residências e cerca de mil pessoas.
Entrevista com o biólogo Pedro Henrique Simas.