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Crime da Beira-Mar segue sendo investigado

Foto: Paulo Pinho/ PMF

Texto: Elaine Tavares/programa Campo de Peixe

A Polícia Civil, que investiga o caso do homem que foi queimado na Beira-Mar, tem ainda mais uns 15 dias para finalizar o inquérito e, por enquanto, não pode divulgar muitos detalhes da investigação que corre em sigilo. Ainda assim, a delegada Michele Alves Correa Rebelo aceitou conversar comigo sobre o crime, repassando algumas informações.
Segundo a delegada, o homem queimado foi ouvido de maneira informal logo que foi internado no hospital, mas passados alguns dias ele sumiu, sem esperar pela alta. Agora, a polícia está tentando reestabelecer o contato para conseguir mais informações visto que no primeiro depoimento, com ele ainda sentindo muita dor, os informes foram poucos. Ele não teria visto quem foi que ateou fogo no seu corpo e muito menos soube informar a motivação. “Ele contou que tomou duas latas de cerveja e resolveu esperar a hora do ônibus, daí cochilou”.
Perguntei à delegada se haveria a possibilidade de o homem ter sido sequestrado ou “desaparecido” pelos criminosos, visto que é bastante estranho que ele tenha sumido, sendo vítima e ainda bastante machucado, mas ela disse que não, que ele saiu do hospital sozinho, ainda que não tenha tido alta por parte dos médicos. Isso prejudica bastante a investigação, pois o depoimento da vítima é sempre muito importante. Michele diz que o caso do sumiço do homem também está sendo investigado.
Ela ainda informou que na noite em que aconteceu o crime havia um evento sendo realizado na Beira-Mar e é muito provável que alguma pessoa tenha presenciado o fato. Para tanto a polícia está disponibilizando o telefone 181, que é o disque-denúncia da Polícia Civil. “Seria muito bom que as pessoas que viram o que aconteceu entrassem em contato com a gente. A denúncia é anônima, não é necessário se identificar. E, como não havia câmeras no local, o testemunho de alguém que tenha visto algo vai ser fundamental”.
Lembrei-me do caso do jornalista Norton Batista da Silva, assassinado em Florianópolis em 1989, por jovens da classe alta, cujo crime ficou impune. O crime da Beira-Mar pode tomar o mesmo rumo. Se não surgir nenhuma testemunha muito provavelmente os criminosos não serão conhecidos.