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A ilha e os turistas

A Rádio Comunitária é o espaço no qual as gentes do nosso bairro podem se expressar. Por conta disso divulgamos aqui a reflexão feita pelo cineasta Ademir damasco, morador do Campeche, sobre a situação que vivem os “locais” diante da chegada em massa dos turistas da temporada, que em número cada vez maior, tornam a vida dos morados quase insuportável. Falta luz, falta água e a mobilidade – que já é precária em tempos normais – fica insustentável.

Segundo Ademir, essa “invasão” sem qualquer controle ou planejamento torna os florianopolitanos prisioneiros em suas próprias casas, visto que andar pela ilha é impossível.

Ele manda o Edital publicado pelo rei Dom João V, quando do início da colonização mais planificada do Brasil e apresenta alguns números.

Edital de D.João V – 1726

Ao desembarcarem no Brasil (válido para a ilha) a cada mulher de mais de 12 anos e menos de 25, sendo casada ou solteira se darão 400 réis de ajuda de custo. E os casais que levarem filhos lhes darão para se vestir mil réis por cada filho e logo que chegarem aos sítios que habitarão dará a cada casal uma espingarda, duas enxadas, um enxó, um martelo, um facão, duas facas, duas tesouras, duas verrumas, uma serra com a sua lima e travadeira, dois alqueires de sementes, duas vacas e uma égua. E no primeiro ano dará farinha que são três quartas de alqueire por mês para cada pessoa.

Censo da ilha

Ano 1700 – 147 pessoas + índios carijós (não há número sobre os indígenas porque os mesmos nem eram considerados pessoas)

1756 – por volta de 2.500 habitantes

1810 – 15.947 habitantes

1870 – 24.144 habitantes – sendo 18.319 brancos, 2.661 pardos e 3.164 negros.

2017 – 500.000 + turistas, numa soma que chega a quase dois milhões de pessoas.